Dados do Ministério da Economia revelam aumento do empreendedorismo no Brasil em 2020. Segundo o boletim do Mapa de Empresas, mantido pelo Governo Federal, mais de 2,1 milhões de novas empresas foram abertas entre janeiro e agosto deste ano. Este número representa um aumento de 0,5% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Quanto aos fechamentos de empresas, foram cerca de 680 mil empresas extintas até então em 2020, 14,5% a menos do que nesta mesma época em 2019. Quando combinados, ambos os dados trazem uma perspectiva positiva sobre o futuro em meio à crise econômica causada pela pandemia do novo Coronavírus.
O boletim do 2º quadrimestre da pesquisa ainda inclui dados comparativos em relação ao início do ano. No caso dos fechamentos de empresas, houve uma queda de 6% em relação aos primeiros meses. Vale lembrar que o pico da crise durante a pandemia ocorreu justamente entre o 4º e o 5º mês do ano.
A explicação para esta situação se deve à necessidade do brasileiro de empreender como forma de obter renda extra e ter o próprio negócio. Políticas públicas de apoio às pequenas empresas e de incentivo à abertura de novos empreendimentos favoreceram ainda mais as estatísticas. Os pequenos negócios se tornaram pilares para economia, principalmente nesta retomada pós-crise e as iniciativas tanto do Governo Federal quanto de Governos Estaduais vieram para reforçar este setor.
Um reflexo desta situação pode ser visto na categoria de Empresário Individual (nomenclatura que inclui MEI), que representa a maior parcela das novas empresas. Somente neste quadrimestre foram 944 mil registros do tipo. Como a maioria dos novos negócios surge de projetos pequenos e individuais, optar pelo CNPJ como Empresário Individual é a maneira mais simples e barata de fazê-lo legalmente, justificando esta estatística.
Por outro lado, em termos de aumento relativo, foi a modalidade de Sociedade Empresária Limitada a que mais cresceu. As 129 mil novas empresas do tipo entre maio e agosto deste ano representam um aumento de 34,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse tipo de empresa se destaca como boa opção para negócios que possuem sócios, independentemente do porte do empreendimento.
Quanto às atividades econômicas, os setores mais bem-sucedidos foram os que se adaptaram à quarentena. O comércio varejista de artigos de vestuário teve 68 mil novos negócios nos últimos 4 meses, 32% a mais do que o mesmo período de 2019. Esta alta se deve principalmente às lojas online e ao marketplace. Já o setor de fornecimento de alimentos prontos para consumo domiciliar se sobressaiu por causa da necessidade do mercado para estes serviços. As 43 mil novas empresas desta modalidade representam um aumento de 68% no setor.
Além dos dados comparativos ao passado, informações atuais mostram um mercado aquecido para novos negócios no momento. O Painel do Mapa das Empresas revela uma tendência de aumento de empreendimentos com o decorrer de 2020, sobretudo a partir do segundo semestre. Segundo os dados, setembro foi o mês do ano com maior número de registro de novos negócios, totalizando 327,8 mil aberturas. Desde julho a média de novas empresas por mês supera os 320 mil.
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